Após 66 anos de fundação, o estado do Amapá, criado a partir da divisão do Pará, especializou-se em colecionar escândalos políticos, desvios de verbas públicas e em exportar doentes.
O que
mais impressiona é a banalização do que deveria ser algo excepcional. Como é o
caso do recurso ao TFD – Tratamento Fora de Domicílio.
No site
da Agência Amapá de Notícias, órgão oficial de comunicação do Governo do
Estado, está em destaque a visita feita pela Secretária de Estado de Saúde, enfermeira
Olinda Araújo, a Casa de Apoio em Belém do Pará.
Segundo a
matéria, o maior esforço do governador Camilo Capiberibe/PSB será o de buscar
regularizar a ajuda financeira (não informaram de quanto) aos 1200 pacientes e
acompanhantes na fila de espera e/ou os que já estão fazendo uso do TFD.
Já se passaram
décadas, gerações, mas até hoje o único hospital de clínicas e o único pronto
socorro do estado, que conta segundo o último censo do IBGE com mais de seiscentos
mil habitantes (quatrocentos mil só na capital, Macapá) são ainda do tempo em
que o Amapá era Pará.
De lá pra
cá nada foi feito no sentido de se inverter essa violenta e degradante lógica.
O que deveria ser exceção, ou quase inexistir, virou regra.
E o maior investimento de Camilo Capi tem sido na ponte aérea e em agências de viagens.
E o maior investimento de Camilo Capi tem sido na ponte aérea e em agências de viagens.
Contrariando
o que preconizam a lógica e pesquisas, que rezam que um paciente apresenta resultados
altamente positivos em relação às terapias nele administradas, quando está em um
ambiente mais humanizado, familiar, em sua própria comunidade, cultura, cidade e local.
No entanto, o que
faz o governador Camilo Capiberibe?!
Vergonhosamente exporta seus enfermos. E o
pior!, com passagem só de ida.
Ainda
nessa mesma reportagem, a secretária Olinda aponta
que será algo muito extraordinário, como se materializando a solução dos
problemas e a cura dos pacientes de alta e média complexidade, a
“regularização” da
ajuda financeira (sabe-se lá de quantos mirrados reais) dada pelo governo aos pacientes e acompanhantes vindos à capital do Pará.
Nestes termos, iInfelizmente, o calvário desses pacientes e suas famílias apenas terá, mal e meia-boca, iniciado.
O enfermo,
distante de seu locus, de sua moradia, de seus amigos, de sua igreja ou comunidade religiosa, de sua escola e de sua família; em
uma cidade estranha, diferente, grande, amedontradora e desconhecida, se for paciente de oncologia (como é o "caso da
maioria"), experimentará o que é o verdadeiro
DESESPERO
HUMANO: o vaivém nas degrandantes e humilhantes filas do Sistema Único
de Saúde materializado em seu hospital de referência, o Ophir Loyola.
Que quando não tem nenhuma máquina quebrada, geralmente
agenda uma consulta para no mínimo 120 dias.
Eis a
catástrofe que não envergonha. Que ganha holofotes e que está de destaque no
site do governo do Amapá.
Eu sou cria da sua costela
Sob
o governo da petista Ana Júlia Carepa (2007 - 2010), esse tenebroso e degradante expediente foi aplicado à exaustão.
Reportagens e denúncias de familiares tomaram as páginas dos jornais e
blogs no estado, pois sem dúvida tratava-se de um imensurável escândalo e
atentado aos direitos humanos e aos cidadãos paraenses que
necessitassem de tratamento para curar o câncer.
Paciente
e acompanhante eram enviados pela ex governadora Ana Júlia Carepa,
vejam só!, a um verdadeiro ostracismo em Terezina/PI e Palmas/TO,
capitais com muito menos recursos tecnológicos, logísticos e humanos que
Belém. Com uma ajuda de custo diária de apenas R$ 18,00 que deveria custear todas as refeições do paciente e do seu acompanhante.
O
que então justificava que o Pará estivesse exportando seus pacientes? O
velho assalto aos cofres públicos, que naqueles anos, estiveram sob o
geenciamento do PMDB de Jader Barbalho, que além do Departamento de
Trânsito do Pará (DETRAN/PA), da Secretaria de Finanças (SEFA), comandou
Junta Comercial do Pará (JUCEPA) e a Secretaria de Estado de Saúde
Pública (SESPA). Esta última, sendo tomado pelo PT apenas na reta final
de governo, quando Ana Júlia e o PT haviam percebido o tamanho da
desgraça que fora seu governo, e mais desgraçado ainda, porque áreas
estratégicas foam entregues a gente que sempre viveu e atuou na coisa
pública para esquartejá-la e arrebanhá-la em função de causa própria.
No
meio da quadrilha, havia também uma gangue de ratos. Os quais não
tardaram em mudar de lado e pular para o barco do tucanato, que em 2010,
derrotando a petista, retornavam ao poder. Novamente assumia o Palácio
dos Despachos, um homem que sabe dançar e organizar uma quadrilha: Simão
Robson Jatene/PSDB.
Amapá
não difere em nada do estado que cedeu a costela. Na verdade a
bandalheira, a rapina do patrimônio mineral e biológico, os crimes
contra a administração, ali adquiriram conotações supremas. Com a
chegada do oligarqua e arquicorrupto maranhense José Sarney (PMDB), as
elites amapaenses ganharam um mestre.
Dinheiro
e recursos públicos há de sobra para se inverter esse caótico quadro da
saúde, educação, moradia, segurança e desemprego pela qual passa
querido Amapá. Estão aí para provar isto os sucessivos escândalos de
corrupção e de assalto aos cofres públicos
protagonizados por prefeitos, vereadores, deputados e governadores.
Dinheiro há de sobra para se melhorar os indicadores sociais no estado.
Inclusive recentemente vimos a notícia de que a corrupta Assembléia
Legislativa do Amapá estaria contratando sob a astronômica cifra de 2
milhões de reais uma empresa para fazer um site. Absurdo sem fim.
O
que
falta mesmo no estado irmão, o qual tem uma valorosa poluação, que além
de bela, tem valentia e fortaleza, é vergonha na cara dos
políticos e indignação no coração do povo para expurgar do poder esses
coveiros
de sonhos.
Acompanhe a fatídica matéria da Agência Amapá de Notícias:
Secretária de Estado da Saúde visita Casa de Apoio em Belém
Da Redação
Agência Amapá
Agência Amapá
Com o objetivo de vivenciar in loco
o acolhimento e o tratamento que vêm sendo oferecidos aos pacientes do
Amapá, a maioria oncológicos, a secretária de Estado da Saúde, Olinda
Araújo, esteve em Belém (PA) realizando visita à Casa de Apoio –
administrada pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). O Governo do
Amapá possui um acordo com o Pará, onde este oferece terapia contra o
câncer a pacientes encaminhados por meio do Programa Fora de Domicílio
(TFD) para a capital paraense.
"A Casa de Apoio é de extrema importância para os pacientes que são
encaminhados para Belém. Ela abriga tanto paciente como acompanhante,
garantindo comodidade e conforto", ressaltou a secretária.
Somente no período de junho de 2012 a maio deste ano foram encaminhados para aquele Estado 469 novos pedidos de TFDs. Atualmente, existem 572 processos autorizados para a Casa de Apoio aguardando pelos usuários. Além disso, foram agendadas em média 340 consultas no mesmo período.
Somente no período de junho de 2012 a maio deste ano foram encaminhados para aquele Estado 469 novos pedidos de TFDs. Atualmente, existem 572 processos autorizados para a Casa de Apoio aguardando pelos usuários. Além disso, foram agendadas em média 340 consultas no mesmo período.
Os exames de alta e média complexidade foram outros serviços
acompanhados e realizados pela equipe da Casa de Apoio. Os pedidos são
encaminhados para o Dere/SESMA, onde são autorizados. Com isso, é
realizado o agendamento destes procedimentos.
Ouvindo a quem precisa
A secretária de Saúde, acompanhada de técnicos da Sesa, esteve na Casa de Apoio avaliando o atendimento de assistência à saúde dispensada aos quase 70 amapaenses que hoje fazem tratamento em Belém.
Para a secretária Olinda Consuelo, Casa de Apoio é de extrema importância aos pacientes e acompanhantes que são encaminhados a Belém
Olinda Araújo conversou com pacientes, ouviu e anotou as reivindicações para que a Sesa tome as medidas necessárias com o objetivo de oferecer um atendimento de saúde mais digno e humanizado.
A secretária de Saúde, acompanhada de técnicos da Sesa, esteve na Casa de Apoio avaliando o atendimento de assistência à saúde dispensada aos quase 70 amapaenses que hoje fazem tratamento em Belém.
Para a secretária Olinda Consuelo, Casa de Apoio é de extrema importância aos pacientes e acompanhantes que são encaminhados a Belém
Olinda Araújo conversou com pacientes, ouviu e anotou as reivindicações para que a Sesa tome as medidas necessárias com o objetivo de oferecer um atendimento de saúde mais digno e humanizado.
A paciente Erotilde Brandão, que faz tratamento em Belém, ficou feliz
em receber a visita da secretária de Estado da Saúde. "Isso demonstra a
preocupação da secretária com os pacientes do Amapá atendidos pela rede
pública de saúde do Pará", afirmou.
A secretária disse que uma força-tarefa foi criada dentro da Sesa
para agilizar todos os processos que hoje tramitam dentro da secretaria.
"Tramitam na Sesa cerca de 1.200 processos. Nossa meta é regularizar
todos até esta sexta-feira, 10, pois, a partir de junho, queremos que o
usuário de TFD possa receber seu auxílio financeiro junto com a emissão
da passagem", comentou Olinda Araújo.
Alieneu Pinheiro/Sesa
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