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sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Baiano concorda com delação premiada e pode demolir Eduardo Cunha e parte do PMDB

O acordo com a PGR prevê, pelo menos, outro anexos aonde ele detalhará sua participação no esquema da Petrobras. O lobista deve continuar preso na Polícia Federal até novembro. 



De acordo com o consultor e delator Julio Camargo, Baiano é “sócio oculto” do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e teria recebido propinas de US$ 10 milhões pelos contratos dos navios-sondas. Desses, US$ 5 milhões teria ido para Cunha. O presidente da Câmara nega a acusação.

Baiano passou a quarta-feira prestando depoimentos na sede da Polícia Federal em Curitiba. A reportagem apurou que o operador já falou sobre três dos oito anexos inicialmente previstos no acordo. Entre os temas acordados, está a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. E a participação de políticos ligados ao PMDB no esquema.

Durante os dois meses de negociações para colaborar com a Justiça, Baiano adiantou aos investigadores de que o pagamento de propina relativas a refinaria americana não seu deu em 2006, quando a Petrobras comprou 50% da refinaria da Astra Oil. E, sim, durante as negociações para compra dos outros 50% da empresa a partir de 2008.

O acordo de Baiano pode alavancar outra colaboração emperrada na PGR: a do ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró.
Isso porque Baiano não soube explicar em detalhes como as negociações para a aprovação de Pasadena foram feitas internamente na Petrobras. Cerveró se comprometeu a entregar dados de como dirigentes da estatal participaram do esquema montando para a compra de Pasadena.

Fernando Baiano é apontado pelo doleiro Alberto Youssef e outros colaboradores como o operador do PMDB no esquema de corrupção na Petrobras. Teria sido ele o operador de propinas do principal partido da base aliada do governo Dilma.
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Fonte: http://br29.com.br/baiano-fecha-delacao-premiada-e-pode-demolir-eduardo-cunha-e-parte-do-pmdb/

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Corrupção: Amigo íntimo de Lula é peça-chave do petrolão

Bumlai, amigo íntimo do presidente Lula, pecuarista e lobista. (Cristiano Mariz/VEJA)
por Rodrigo Rangel e Adriano Ceolin

Um dos grandes pecuaristas do país, José Carlos Bumlai conta que visualizou em sonho sua aproximação com Luiz Inácio Lula da Silva, quando ele era apenas aspirante à Presidência. Com a ajuda de um amigo comum, Bumlai conheceu o petista e o sonho se realizou. O pecuarista tornou-se íntimo de Lula. O sonho embutia uma profecia que ele só confidenciou a poucos: a aproximação renderia excelentes resultados para ambos. Assim foi. Lula chegou ao Planalto, e Bumlai, bom de negócios, bem-sucedido e rico, tornou-se fiel seguidor do presidente, resolvedor de problemas de toda espécie e, claro, receptador de dividendos que uma ligação tão estreita com o poder sempre proporciona. No governo, só duas pessoas entravam no gabinete presidencial sem bater na porta. Bumlai era uma delas. A outra, Marisa Letícia, mulher de Lula.

Desde 2005, sabia-se em Brasília que Bumlai também tinha delegação para tratar de interesses que envolvessem a Petrobras. Foi ele, por exemplo, um dos responsáveis por chancelar o nome do hoje notório Nestor Cerveró, um desconhecido funcionário da estatal, para o posto de diretor internacional da empresa. Em sua missão de conjugar interesses públicos e privados, Bumlai tinha seus parceiros diletos, aos quais dedicava atenção especial. Não demorou para que começassem a chegar ao governo queixas de empresários descontentes com “privilégios incompreensíveis” concedidos aos amigos do amigo do presidente.

Uma das reclamações mais frequentes envolvia justamente a Petrobras e uma empreiteira pouco conhecida até então, a UTC, que de repente passou a assinar contratos milionários com a estatal, ao mesmo tempo em que surgia como uma grande doadora de campanhas, principalmente as do PT. Gigantes da construção civil apontavam Bumlai como responsável pelos “privilégios” que a UTC estava recebendo da Petrobras. Hoje, a escalada dos negócios da UTC é uma peça importante da Operação Lava-Jato, que está desvendando o ultrajante esquema de corrupção montado no coração da estatal para abastecer as contas bancárias de políticos e partidos. A cada depoimento, a cada busca, a cada prova que se encontra, aos poucos as peças vão se encaixando. A última revelação pode ser a chave do quebra-cabeça. Bumlai, o amigo íntimo do ex-presidente que tinha entrada livre ao Palácio do Planalto, está envolvido até o pescoço no escândalo de corrupção montado na Petrobras durante o governo petista.
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(Fonte: Veja)

Mar de lama: Escândalo ronda Belo Monte

por Lúcio Flávio Pinto, para seu blog
A matéria de capa de Veja desta semana é sobre o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo “tão íntimo de Lula que tinha passe livre no [Palácio do] Planalto”, a sede da presidência da república. Rico, o empresário “até hoje resolve os mais diversos problemas do ex-presidente e de sua família. Poderoso, ele agora também é investigado no escândalo da Petrobrás”.
No meio da matéria, em apenas seis linhas, a revista faz uma citação grave. Diz que Bumlai “foi encarregado de missões complexas – a montagem do consórcio de empresas que construiriam a usina de Belo Monte, uma obra orçada em 25 bilhões de reais, foi trabalho dele. Cumpriu-as com destreza”.
E nada mais disse a revista.
A obra, a maior da segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento, já está em R$ 30 bilhões. Deve encarecer ainda mais. O consórcio construtor da hidrelétrica do rio Xingu, no Pará, é controlado pela Andrade Gutierrez (18% do capital), Odebrecht e Camargo Corrêa (16% cada uma), Queiroz Galvão e OAS (11,5%), Conter e Galvão (10%).
Ou seja: as maiores empreiteiras nacionais, todas já acusadas no curso da Operação Lava-Jato da Polícia Federal, amparada pela justiça, ou ao menos referidas. Sendo que Belo Monte é obra de porte muito maior do que a das refinarias da Petrobrás.
Veja devia ter apurado mais e melhor uma informação tão grave antes de divulgá-la – ou o tratamento adequado virá na próxima edição da revista?