sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

A Hydro promove barbárie em Barcarena

São gravíssimos os fatos que ocorrem em Barcarena, ao lado de Belém, capital do Pará. Não é de hoje que a região sofre com os grandes projetos instalados em Vila do Conde, no município de Barcarena, às margens de um dos mais fantásticos ecossistemas do planeta: a baía do Rio Pará ou do Marajó.
Desde quando o então governador Jader Barbalho (PMDB) se vendeu para os japoneses interessados nos incentivos dados pelos militares para que indústrias neocolonizassem a Amazônia. Vieram os grandes projetos mineros siderúrgicos. Indústria pesadíssima. Verdadeiros dragões encravados no coração da floresta e de seus rios e lagos. Para que o mega parque de alumina e alumínio pudesse existir ao largo de um destruidor mega porto, era necessário fazer energia. Por isso o show de horrores e corrupção que está aí: usina hidrelétrica de Tucuruí. Uma das três maiores do mundo. E Barcarena abrigou o maior complexo industrial da Amazônia Legal. Explorando e adoecendo seu povo, poluindo tudo, matando tudo.
Hoje a Albrás/Alunorte está sob o controle da multinacional norueguesa Nosrk Hydro e a Hydro patrocina mais do que diz sua propaganda fajuta na TV com o A-HA. No olho da pororoca estão as populações tradicionais. Tal qual a canadense Belo Sun (com os dentes prontos para rapinar o ouro do Xingu), que patrocina a violência e o abuso às liberdades constitucionais, ao passo de invadirem um seminário na Universidade Federal do Pará (UFPA), agredindo a renomada Prof. Dra. Rosa Acevedo Marin, do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA) desta instituição, a Hydro e tantas outras empresas não se milidram quanto a prática de crimes.
Para isso contam com as elites locais, os governos e seu aparato repressor.
É o que várias comunidades vem denunciando há tempos. Mas agora as coisas ficaram muito mais evidentes. As multinacionais já não conseguem comprar todo mubdo. Como também já não conseguem mais calar a voz do povo indignado São mais de 60 comunidades tradicionais que sofrem de forma direta os impactos da forma criminosa como estas indústrias vem desenvolvendo suas atividades na Vila do Conde e região.
É o que veremos na matéria abaixo do renomado repórter Carlos Mendes publicada em seu blog Ver-O-Fato. É preciso denunciar e lutar contra esses abusos. O governador Jatene, o secretário de segurança pública, o comando da Polícia Militar do Estado do Pará e a Hydro serão responsabilizados se algo vier a ocorrer contra a vida e dignidade das liderenças comunitárias de Barcarena.

LÍDER COMUNITÁRIA QUE DENUNCIOU HYDRO FAZ OCORRÊNCIA DE INVASÃO DE DOMICÍLIO CONTRA CAPITÃO DA PM E 5 MILITARES

por Carlos Mendes

A líder comunitária de Burajuba, em Barcarena, Maria do Socorro Costa da Silva, há tempos está jurada de morte por forças poderosas que atuam naquele município, hoje transformado em lixeira de empresas multinacionais.

Ne véspera do Natal, sem qualquer ordem judicial, a casa de Socorro foi invadida por policiais militares comandados pelo capitão Gama e um soldado identificado por José, além de outros 4 militares. Eles alegaram, para entrar no domicílio sem o consentimento dos proprietários, violando a Constituição Federal, que estavam à procura de um indivíduo não identificado.

 Segundo boletim de ocorrência registrado na Corregedoria da Polícia Militar por Socorro Silva, os militares interrogaram os moradores sobre os pertences da casa, acusando-os de ter muitas coisas. Socorro não estava na residência na hora da invasão.

Ha cerca de 15 dias, Socorro e o líder comunitário Bosco de Oliveira estiveram no programa "Linha de Tiro", ao vivo, transmitido habitualmente toda quinta-feira à noite pelo Facebook e na página do Ver-o-Fato, denunciando a empresa norueguesa Hydro por crimes ambientais. Eles também já fizeram outras denúncias pela imprensa contra grandes grupos multinacionais, como Bunge e Imerys, por poluição de rios, igarapés e matas da região.

"Já tive minha casa invadida por seis vezes e até hoje sofro ameaças de morte", afirmou Socorro. Por outro lado, Bosco Oliveira também já foi vítima de atentado a bala e invasão de domicílio e tem sido alvo de "armações" de policiais que a todo custo tentam incriminá-lo, sem provas.

 Proteção e denúncia

 O advogado Ismael Moraes, defensor das 60 comunidades de Barcarena, informou ao Ver-o-Fato que, baseado no BO feito por Socorro Silva à corregedoria da PM irá solicitar garantias de vida para ela e para Bosco Oliveira, denunciando a invasão de domicílio à Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão e à Promotoria Militar para que sejam tomadas providências.

De acordo com Moraes, a responsabilidade pelas perseguições aos líderes comunitários é do governo Simão Jatene, que nada tem feito para apurar os crimes denunciados pelas entidades e movimentos sociais de Barcarena. Nota do blogue: o Ver-o-Fato não conseguiu falar com os militares citados no BO de dona Socorro Silva, mas abre espaço para que eles se defendam e apresentem suas versões dos fatos acima publicados, já objeto de investigação pela Corregedoria da PM.

Nenhum comentário: