quarta-feira, 13 de julho de 2016

FORA TEMER! FORA TODOS! Fora Renan, Cunha, Serra, Aécio, Dilma e Lula!

Michel Temer (PMDB) assumiu provisoriamente a presidência da república. “Eleito” de forma indireta, por um congresso nacional corrupto, esse novo/velho governo é composto por inúmeros partidos tradicionais. Um governo ilegítimo que deve ser derrotado por greves, ocupações e protestos como as jornadas de junho de 2013.

O ministério de Temer é patronal e conservador. Possui a cara da elite milionária. São exemplos: Blairo Maggi (PP), famoso por ser o maior plantador de soja do mundo; Alexandre Moraes (PSDB), ex-Secretário de Segurança de São Paulo, repressor das ocupações de escola, da luta contra o aumento das passagens e das periferias; Romero Jucá (PMDB), que deseja liberar a exploração mineral em áreas indígenas; José Serra, que dispensa apresentação. Henrique Meireles, ex-presidente do Bank off Boston e Ilan Goldfajn, economista-chefe e sócio do Itaú. Grande parte desse time está investigada pela operação Lava Jato ou consta na lista da Odebrecht.

Até agora, o discurso do governo Temer está concentrado na “pacificação” e na necessidade de “equilibrar as contas”. Eles desejam reativar os ataques contra conquistas sociais, já que nos últimos 3 meses a crise política dificultou o ajuste. Uma medida é a retomada da contrarreforma da previdência, que retira direitos, por meio da elevação da idade mínima para aposentadoria. Não por acaso agora a previdência integra o Ministério da Fazenda, onde está instalado o núcleo duro da austeridade a serviço do FMI. Vai ser preciso organização e luta para barrar essas medidas e derrotar Temer. Nós da CST (Corrente Socialista dos Trabalhadores), uma ala classista do PSOL, estamos nas greves, ocupações, campanhas salariais, preparando esse combate!

A traição do PT nos levou a essa situação!

Para entender como chegamos ao governo atual, temos que analisar o retrocesso que o PT impôs após 13 anos. Temer era vice de Dilma Roussef desde 2010 e como líder do PMDB apoia o PT desde 2005. São mais de uma década de parceria, qualificada por Lula e Dilma como estratégica. Não por acaso o governo federal investiu milhões no Rio de Janeiro, governado pelo PMDB de Cabral, Cunha, Pezão e Paes. A antiga base aliada de Lula e Dilma hoje é a base aliada de Temer, incluindo ministros em comum. Lula e Dilma possuíam representantes do agronegócio, da indústria e do sistema financeiro na sua equipe. Durante as jornadas de junho atuaram junto com o PSDB contra os manifestantes. Na Copa estabeleceram parceria com as Secretaria de Segurança do Rio de janeiro e São Paulo. O PT atacou as mulheres e LGBT’s ao fazer acordos com os fundamentalistas. Reprimiu os negros ao colocar o exército na Maré. O ajuste de Dilma/Levy, foi articulado por Temer. A contrarreforma da previdência, o PL 257, contingenciamento, privatizações, lei antiterrorismo de Dilma, Temer quer levar adiante. Fomos contra o impeachment impulsionado pela FIESP, Vem Pra Rua e MBL, pois se trocou 6 por meia dúzia. Defendemos o Fora Todos! Eles não nos representam, todos defendem retrocessos trabalhistas, previdenciários, ambientais e democráticos.
 
Exigimos da CUT e demais centrais: a unificação das campanhas salariais, coordenação das lutas e a preparação de uma greve geral de 24 horas!

Um setor da burocracia sindical está apoiando o governo Temer. A Força Sindical, UGT, CSB e NCST reuniram com o governo e declararam sua participação num o grupo de trabalho que vai debater a reforma da previdência. Pretendem que a reforma seja “para os futuros contribuintes”. Nós repudiamos essas negociatas! Somos contra qualquer contrarreforma que retire direitos. É preciso que os trabalhadores exijam assembleias democráticas para discutir a posição das Centrais. Exigimos que a Força Sindical, UGT e demais Centrais rompam com Temer e coloquem seus sindicatos a serviço da luta contra os ataques.

As direções da CUT e CTB se negaram a participar de uma reunião com Temer. Nos últimos meses eles se dedicaram a defesa da Dilma, o que foi absurdo. Agora é preciso que essas direções rompam os pactos com os empresários e a linha do “volta Dilma”. Exigimos que a CUT e a CTB unifiquem as campanhas salariais de maio, as greves e construam um calendário de lutas por meio de assembleias. É preciso retomar a proposta que a CUT e demais centrais agitaram até maio de 2015: “greve geral contra o ajuste”. É preciso que as federações dos servidores organizem uma campanha contra o PL 257. É preciso passeatas do MPL e do MTST.

Um plano econômico e social para combater a crise!

Lutamos contra as demissões e o desemprego (que atinge 12 milhões de pessoas), contra o arrocho salarial e a alta inflação (de 10%), péssimas condições de trabalho e a retirada de direitos. Não aceitamos o desmonte e privatização da saúde, educação e transporte. Combatemos a corrupção. Para solucionar esses problemas propomos um plano econômico e social alternativo cuja primeira medida é parar de pagar dívida interna e externa ao sistema financeiro. Dessa forma teremos recursos para investir nas áreas sociais e nos serviços públicos, implementar um plano de obras federais que gere emprego, construa casas populares e um sistema de transporte estatal. Defendemos reposição salarial de acordo com a inflação e a redução da jornada de trabalho. Exigimos prisão, confisco dos bens dos políticos e empresários corruptos e estatização sem indenização das empresas mafiosas.

Construir uma verdadeira oposição de esquerda!

E preciso construir um caminho alternativo a polarização entre PMDB/PSDB e PT/PCdoB. Uma verdadeira esquerda que batalhe por uma saída operária e popular, diferente de partidos capitalistas como a REDE. Infelizmente a maioria da esquerda prefere marchar ao lado de Lula e Dilma, o que é errado. Por isso exigimos que o campo majoritário do PSOL, a direção do MTST e a INTERSINDICAL, rompam com o lulismo e ajudem a construir uma alternativa classista. É fundamental que o Espaço de Unidade e Ação, impulsionado pela CSP-CONLUTAS, convoque uma nova manifestação nacional em SP, pelo Fora Todos. Propomos aos sindicatos, comandos de greve, escolas ocupadas, organizações políticas, movimentos, a realização de uma plenária sindical, popular e estudantil para discutir a saída para a crise. Defendemos o fortalecimento das lutas para batalhar por um governo de Esquerda, dos Trabalhadores e do Povo.

Corrente Socialista dos Trabalhadores – PSOL

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