terça-feira, 15 de setembro de 2015

Demissões e revolta nas ORM


O clima é sinistro. Toda vez que o telefone toca na redação é uma tortura. Ninguém consegue trabalhar. Fica naquela tensão: Quem será o próximo?!

Até nisso a patronal é sádica. 6 demitidos de manhã. Depois de chegarem. Ponto batido. Tudo normal. Pauta na mão. Preste a sair, a ligação. Vai lá ao DRH. 20, 15, 25 anos de casa.

De súbito, sem justificativa: "você está dispensado. A empresa agradece seus serviços". Seco. Novamente a ligação. Para quem será?!

Mais tensão. O Repórter vai ao DRH. As mesmas palavras. Sem justificativas. Secas. Destruidoras. A avassaladora sensação de ouvir, e nestes termos assediadores e violentos: "você está demitido!".

Volta à redação. Se abraça com os que ficam. Algumas palavras. Pega as coisas. Vai embora.

A tarde passa. A tensão segue. O estresse aumenta. Sem vontade de comer. Vazia passa. O DRH não ligou.

A noite chega. Um ar de esperança pela tarde de sofreguidão dos trabalhadores de O Liberal e Amazônia que comemoraram algumas horas de silêncio por parte da patronal.

Mas com a noite veio a mesma sanha. Da mesma forma. Um a um. Ligação após ligação. Ao DRH. Desempregado. Abraço nos que ficam. Solidariedade mútuas.

Aos não demitidos pesa a precarização e o aumento de exploração e horas de trabalho. Aos que ficam pesa a tortura das ligações da patronal. Se reclamar demito de novo. Mas acima de tudo, aos trabalhadores criminosamente demitidos e torturados pelas Organizações Rômulo Maiorana (afiliada da Rede Globo) e aos não demitidos, resta a possibilidade de se levantar e lutar contra todos esses abusos.

É preciso que os jornalistas se juntem a outras organizações da sociedade e façam manifestações publicas. Nas portas das ORM. É necessário denunciar as covardes demissões e os diários abusos cometidos pela patronal no estado.

Dia 18 vai ter uma grande marcha em São Paulo e um protesto em Belém do Pará contra os ajustes de Dilma, governadores e prefeitos, e contra os cortes de verbas, a carestia, demissões e políticas de arrocho dos governos e patrões.

A hora é de unificar as lutas e mobilizações!
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O texto faz referência a primeira "onda" de demissões nas Organizações Rômulo Maiorana em abril de 2015. Em agosto, os trabalhadores fizeram protesto e paralisações, dentre outras pautas, pelo pagamento devido das horas extras (foto/ fonte: Adufpa). 
Esta semana o grupo demitiu mais de 100 profissionais da imprensa. 
Os trabalhadores não podem pagar pela crise!

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