segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Urbanização e desterritorialização: aqui jaz a comunidade e o igarapé

O jornalista Lúcio Flávio Pinto publicava em janeiro de 2009 na coluna Memória do Cotidiano de seu Jornal Pessoal, uma foto da comunidade ribeirinha que vivia às margens do Igarapé das Almas. 

A foto é de 1967 e Lúcio chama atenção para as profundas mudanças que ocorreram na geografia da capital paraense. O Igarapé deu lugar a um valão, cujo o seu entorno é o metro quadrado mais caro de Belém. 

A população tradicional que ali vivia, foi expulsa para regiões periféricas. Processo de desterritorialização parecido com o que ocorreu recentemente com algumas famílias que viviam onde foi construída a orla de Belém, apelidada pela prefeitura de Duciomar Costa de Portal da Amazônia. 

Acompanhe o texto e veja a imagem, precioso registo do século XX:

O Igarapé e a avenida


Alguém acredita que apenas quatro décadas atrás esta era a cena dominante na Doca de Souza Franco, hoje um dos lugares mais - digamos assim - sofisticados de Belém, apesar do seu esgoto a céu aberto? A foto é de 1967, quando a prefeitura não tinha dinheiro para remanejar e realojar os tradicionais moradores do igarapé das Almas e o DNOS não podia prosseguir os trabalhos de saneamento da área. 
Depois, a verba apareceu, o serviço continuou e as famílias originais foram jogadas na periferia da cidade, conforme a característica urbanização.

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