domingo, 3 de maio de 2015

Lembranças do mundo de lá

Assistindo desenho com o Rafinha. Matheus dormiu. A cachorrinha foi pra cozinha. Tio Mauro prepara um almoço daqueles, que não digo porque senão seria, como já disse um amigo, ostentação.

Mamãe e Margô contando aqueles adoráveis causos e falando de amigos, histórias, comida, gente, vida.

Como são divinas essas histórias. Como isso me lembra da casa da vovó, de nossa casa em Abaeté, de nosso quintal. Mamãe na beira do quintal. A gente e nossa patota de amigos de toda a vizinhança sempre por ali reunido. Correndo para pegar a fruta-pão quando caía. Desespero do Seu Torquato. Égua di velho sovina!

Por falar nele, me alembrei do Tietê. Campo de Futebol do Clube do Tietê, aos fundos do nosso quintal e do Seu Torquato, Seu Antônio da Farmácia e tantos outros. Campo grande. Para mim era um mundo. Caramba... Brincamos muito e corríamos por ali.

Mas também era caminho. Para o Vicente Maués, escola onde eu estudei a primeira série. Tinha 6 anos. Atravessar o Tietê parecia atravessar o mundo de tão grande que me era. Tão grande quanto a distância que lhe separava do Grupo Educacional Barão do Rio Branco, que ficava na Barão.

Engraçado... Lá, estudar parecia gostoso. Eu acordava cedo. Ia feliz. Vou pra escola... Lá, eu fui alfabetizado. Lia jornal. Dizem. Não lembro. Lembro que gostava de ver o Jornal Nacional, porque meu pai, que viajava muito, sempre assistia em casa. Era sagrado. Hoje ele nem liga. Lê jornal, ouve a Clube, se revolta com a politicagem e pornofonia deles, desliga.

Além do campo tinha a Sede Social do Tietê. Nossa primeira matinê. Que incrível! O velho Torquato oferecia, de graça, a festa para as crianças de toda a cidade toda a semana. De cinco as sete. Muito flash, dance, refrigerante para quem podia pagar.

Seu Torquarto não dava pão, diretamente. A gente pegava. Mas dava festa. Menos mal. Somos carnival, já disse um poeta.
A gente pirava naquelas luzes azuis que  faziam o material da língua de nossos tênis e as roupas brancas acenderem. Nada reluzia como as línguas!

Ao som do flash, aquela badernas..., aquela paquera, aquela correria...

Que bom lembrar daqueles dias!

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