segunda-feira, 4 de junho de 2012

A palavra fere como lâmina

É descarada as ações de censura do injusto judiciário paraense, principalmente no que se refere à liberdade de imprensa e ao direito constitucional de falar, escrever e expor suas idéias. Condenações proferidas no último período contra vários jornalistas e/ou blogueiros como Augusto Barata, Ana Célia Pinheiro, Franssinete Florenzano e Lúcio Flávio Pinto atestam que há um grande sentimento de saudade da Ditadura presente, principalmente, na cúpula de nosso judiciário.
 
"Toda censura é burra!". Mais que burra, é indecente, vilã e cruel. Mais ainda, nestes tempos de falsa democracia (ou democracia burguesa), em que aparece disfarçada de qualquer outro nome. Claro!, menos com o nome que realmente tem: democracia dos ricos. 
 
Com a decisão tomada pelo juiz da 1ª Vara do Juizado Especial Cível e Criminal do Idoso, Miguel Lima Reis Junior, impedindo a jornalista Franssinete de falar o nome de um notável bandido membro do parlamento de Belém, ele deixa claro que está pouco se importando com o direito público da sociedade à informação. Ao se colocar ao lado do execrável vereador Gervásio Morgado/PP e contra a jornalista Franssinete Florenzano, o juiz deixou claro que o que move seus interesses como magistrado não é o zelo pelo bem público (o direito do povo saber o que faz o vereador), e sim o privado. Uma concepção privatista e neoliberal do direito. 
 
O juíz, assim, estaria supostamente resguardando “um tal” direito do vereador. Ao contrário, tentou encobrir suas maracutais!
 
Outro episódio fascistóide da Justiça Paraense foi a decisão proferida pelo titular da 1ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Pará, Amílcar Roberto Bezerra Guimarães, o qual condenou o jornalista Lúcio Flávio Pinto a pagar uma indenização de oito mil reais ao empreiteiro e grileiro já morto Cecílio do Rego Almeida, por o ter supostamente ofendido quando escreveu um texto onde o compara corretamente a um "pirata fundiário".
 
O juiz, que assumiu não ter lido nenhuma das centenas de páginas presentes nos autos (há anos tramitando naquele Tribunal), aproveita-se da ausência do titular da ação, para em tempo recorde, promulgar sua abjeta sentença. 
 
O desqualificado juiz ainda teve o disparate de insultar Lúcio Flávio Pinto através do facebook (veja aqui), após sua condenável atuação, onde teve o displante de dizer que fez bem Ronaldo Maiorana ao agredir com seus seguranças o fransino jornalista
 
Esses dois casos são emblemáticos, mas não isolados. Nossa postura deve ser a de vigilância, e acima de tudo, de muita luta e questionamentos dessas atitudes das autoridades (sejam elas ocupantes de qualquer esfera de poder), caso contrário, estaremos permitindo a cristalização destas vergonhosas injustiças!

Relembro sempre daquele provérbio chinês que diz que a "palavra não é de aço, mas fere como lâmina". Lúcio pode ter levado pontapés e socos de Ronaldo, assim como pode ter sido condenado a pagar indenizações pela justiça, mas com a letra, feriu de morte a estes criminosos que ainda assombram com seus podres poderes o povo do Pará.
 
Ganhar o prêmio Vladmir Herzog deste ano é um reconhecimento mais do que justo ao jornalista Lúcio Flávio Pinto!
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Do blog da Franssinete Florenzano

O jornalista Lúcio Flávio Pinto, merecidamente, vai receber o Prêmio Vladimir Herzog, por sua trajetória corajosa e trabalho exemplar à frente do Jornal Pessoal – que em agosto completa 25 anos -, e será laureado ao lado do jornalista Alberto Dines, em outubro, no Teatro da Universidade Católica, o TUCA.

Lúcio foi indicado por unanimidade e em caráter excepcional: o prêmio normalmente é atribuído a um profissional da imprensa que se destaque na luta pelos direitos humanos e pela cidadania.

Alberto Dines, 80 anos de idade e 60 de profissão, é um dos mais atuantes e importantes profissionais da imprensa do país. À frente do OI [Observatório da Imprensa], ele faz a crítica permanente da atuação da mídia no Brasil e abre espaço à fala de profissionais, como o próprio Lúcio Flávio, no programa OI na TV. Desde o ano passado, Dines tem dispensado atenção especial à luta de Lúcio diante da censura que lhe é imposta pelo Judiciário do Pará.

Como jornalista, cidadã paraense, conterrânea santarena e amiga pessoal de Lúcio Flávio Pinto, sinto orgulho do reconhecimento ao seu trabalho.

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