Este Blog, movido por uma falha de seu editor e pela propaganda enganosa do governo do estado, publicou o post Novo Terminal Hidroviário, velho apartheid: proibida entrada de pessoas de chinelo, bermuda e/ou mochila.
Na realidade, devido a normas de segurança, era proibida a entrada de operários nessas condições durante a reforma do Galpão 9 da Companhia Docas do Pará, o chamado Terminal Hidroviário de Belém. Qualquer pessoa, desde que não seja população de rua, pedinte ou alguém que aparente estar nessas condições, pode entrar no Terminal. Se insistir, será "convidado" a se retirar do espaço por um segurança.
Sobre o episódio, publicarei a CRÔNICA DE UMA ERRATA, na qual procurarei demonstrar como o Governo Jatene (PSDB/PSD) está repetindo uma mentira através da propaganda institucional: a de que o Terminal "atenderá a população do Marajó". Se o Arquipélago se resumisse aos municípios turísticos de Salvaterra/PA e de Soure/PA, até poderia ser, mas a maioria dos marajoaras não pisará no Terminal.
Quem precisa vir ou ir aos demais 14 municípios da Ilha, passa longe dali. Embarcam ou desembarcam no Rio Guamá, a quilômetros de distância do antigo Igarapé das Almas ou o atual canal da avenida Doca de Souza Franco.
Permanece ainda sob o post nossa indignação ante as suspeitas de superfaturamento, assim como permanece nossa convicção de que é uma obra elitista, para gringo ver e abastados consumirem, e no máximo, para os ribeirinhos do interior do estado passarem rápido.
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segunda-feira, 26 de maio de 2014
domingo, 25 de maio de 2014
Novo Terminal Hidroviário, velho apartheid: proibida entrada de pessoas de chinelo, bermuda e/ou mochila
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Terminal para gringo ver |
Não bastasse o valor da obra, inicialmente orçada em R$ 9 milhões, o governo proibiu que cidadãos transitem por lá vestidos de bermuda, calçando chinelo e portando mochila.
Não, você não está "viajando", realmente há uma normativa no local proibindo o uso de chinelas, bermudas e mochilas.
Um terminal para ribeirinhos. De onde devem partir pessoas de barco ou navio para as localidades que detém as piores posições no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país, a região do Arquipélago do Marajó e do Baixo Amazonas. De lá partirá gente para Melgaço, por exemplo, que é o pior IDH do país, portanto, usuários pobres e/ou miseráveis, que agora antes de viajar, têm que comprar calça, sapato e mala. Nada de havaianas (que agora é cara e chiquê), roupa de camelô e mochila.
Uma perseguição nada nova
A medida do governo do Pará nos faz voltar ao final do XIX, início do XX, quando o intendente de Belém, Antônio Lemos, com sua política de higienização social, fez algo muito parecido.
Em 1898, Lemos criou a Guarda Municipal de Belém e no mesmo ano editou o reacionário Código de Postura do Município, que dentre outras coisas, proibia que pessoas sem chinelas transitassem pelo centro, coletassem frutas, como as mangas, e até que cuspissem no chão. A sesta embaixo das mangueiras, muito comum entre os trabalhadores do Centro Histórico, também virou crime. A repressão era tamanha e medonha, principalmente no entorno do antigo Largo da Pólvora, atual Praça da República, onde se construiu no período áureo da Belle Époque, o ostentoso Teatro da Paz.
Em pleno século XXI, nunca imaginei que presenciaria um apartheid desses.
Jatene é sujo, imoral, segregador, nefasto. A mesmíssima coisa foi feita há alguns anos, quando na mesma CDP, o PSDB do então secretário de estado de planejamento Simão Jatene, tomou os galpões 1, 2 e 3 e fez mais uma obra faraônica, segregacionista e para gringo ver. Mesmíssimo modus operandi: orçada inicialmente em R$ 19 milhões, Almir Gabriel/PSDB (governador há época) e Jatene entregaram a Estação das Docas (apelidada pelo povo pobre e trabalhador de Estação das Dondocas), uma obra superfaturada ao valor final de quase 38 milhões de reais.
Desobediência civil
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Maquete gráfica. |
Contudo, nós que lutamos contra a Proposta de Emenda Constitucional 37 (#PEC37), porque acreditamos na importância do Ministério Público, esperamos que o MPE/MPF façam algo, pois a sociedade organizada e os movimentos sociais não vamos aceitar essa aberração!
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Veja ERRATA aqui.
Atualizado às 01h23min, dia 26/05/2014
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