Sobre o encontro de Randolfe com Dilma
A foto divulgada na imprensa do Senador Randolfe Rodrigues sorridente do lado da presidente Dilma do PT foi sentida como uma afronta pela militância do partido. E sua presença no Bom Dia Brasil nesta terça-feira (02/07) , o jornal da Rede Globo, anunciando seu apoio ao plebiscito da Dilma, é absolutamente inaceitável. Em momentos em que a Presidente, acuada pelas mobilizações, vê despencar sua popularidade e precisa desesperadamente de apoios políticos, Randolfe se presta a servir de roda auxiliar do projeto do PT/PMDB.
Os psolistas que no último mês vem se jogando nas ruas e avenidas do país, enfrentando os cassetetes, as bombas de efeito moral, os gases e as balas de Dilma, Cabral, Haddad, Alckmin, Tarso Genro, Jaques Wagner, Anastasia e tantos outros, não só pelos 20 centavos, mas no questionamento global ao governo e do regime do poder econômico e da corrupção, repudiam esta atitude e com certeza, não estão representados por esta nova ação governista do Senador.
Contrariando a declaração política da Executiva Nacional que se posicionou claramente rejeitando a política de Pacto do governo Dilma e a participação nos fóruns governistas, pois têm o claro objetivo de desmontar o colossal processo de lutas que percorre o país, Randolfe definiu de que lado está: sustentando o governo Dilma e seu podre regime político, colocando a nu que sua localização na base governista não é um problema “técnico” como tentou passar mas uma clara definição de lado.
Tem sido uma constante na trajetória do Senador se posicionar, pactuar e atuar do lado e a serviço do poder econômico e do governo do PT/PMDB, sempre passando por cima e desrespeitando os fóruns do partido. Foi assim com suas alianças com o PTB de Roberto Jefferson e Lucas Barreto; foi assim na aliança eleitoral construída em Macapá junto com DEM, PTB e PSDB ou nos municípios como Santana onde se aliou ao PTB na campanha eleitoral; tem sido assim também na campanha de 2012 onde apareceu no programa eleitoral do programa do PT do Acre apoiando o candidato a prefeito deste partido contra a decisão do diretório municipal do PSOL dessa cidade. Foi assim quando decidiu compor a base governista no senado. Foi precisamente por essa trajetória que foi condecorado pelas forças armadas brasileiras; pela presidente Dilma; pela FIRJAN. E mostrou também seu serviço servindo de intermediador aos negócios do imperialismo francês e italiano no estado do Amapá.
Mas desta vez o partido já não pode tolerar mais a presença de um senador que se utiliza da sigla do PSOL para seus sujos negócios eleitorais.
O governo Dilma e o PT não são de esquerda:
São os principais inimigos dos trabalhadores, do povo e da juventude!
Randolfe foi se reunir com Dilma para se curvar frente a política do plebiscito. Ignorando que o governo, com popularidade em fortíssima baixa, e arranhada pelos milhões nas ruas, faz a farsa do plebiscito como parte de sua política de pacto para desmontar o processo de mobilização que existe no país, e levar o povo da ação direta nas ruas, que se demonstrou o único caminho que conquista a mudanças, para a armadilha do plebiscito e do parlamento.
Randolfe se somou à política do Pacto rejeitada pela Executiva por unanimidade, em nome de um suposto “democrático” plebiscito, como se as propostas de Dilma fosse a política do PSOL.
Randolfe entrou assim na suja manobra orquestrada por Lula e instrumentada através e todas as direções governistas do movimento, sejam elas o MST, a CUT, a UNE, a CTB, etc. que fazem uma verdadeira e infame campanha atribuindo o processo de lutas a uma suposta conspiração da direita, com o objetivo de blindar seu governo tentando passar que é de “esquerda”.
Foi o próprio Lula, de acordo com o noticiado no jornal O Globo de 30/06, quem em reunião com as lideranças governistas declarou: “... Isso é coisa da direita. Querem desestabilizar, Acabar com nossas conquistas.. .eu acho que, possivelmente, seja a hora de vocês, a juventude, os trabalhadores, irem às ruas, não deixar à direita tomar conta e pedir para aprofundar as mudanças...”
Como se o governo Dilma fosse aprofundar mudanças favoráveis ao povo, ela que no seu chamado ao pacto colocou em primeiro lugar o respeito ao ajuste fiscal com seu pagamento de juros bilionários aos banqueiros; tão logo o governo do PT que através de Lula entregou o país ao controle dos bandidos e corruptos cartolas da FIFA; tão logo o governo Dilma/Temer que mandou a Força de Segurança Nacional e até as tropas do Exército contra os manifestantes para reprimir a rebelião que sacode o país. Tão logo o governo do PT e da Dilma, que atuam como agentes do agronegócio, dos agiotas do sistema financeiro, das empreiteiras, das montadoras e outras multinacionais.
O PSOL não aceita o pacto com Dilma! O PSOL propõe a ruptura desse pacto infame a serviço do capital suspendendo o pagamento dos imorais juros da dívida aos banqueiros aumentando de imediato as verbas para saúde e educação! O PSOL defende a saúde pública e por isso exige o fim das privatizações dos Hospitais. O PSOL exige o passe livre para estudantes e desempregados e luta pela tarifa zero! O PSOL se mantém do lado da juventude indignada que se levantou em defesa dos seus direitos enfrentando a polícia de Dilma e dos governadores!
O PSOL declara que, se Dilma quiser de verdade fazer alguma mudança política, começaria pela prisão dos mensaleiros e pelo Fora Renan e Feliciano ao invés de pactuar com ele e seus partidos! A consulta que o povo demonstrou querer é para que o povo decida o salário dos parlamentares e de todos os cargos políticos, que hoje desfrutam de privilégios milionários! Fim do Foro privilegiado, que serve de blindagem de políticos ladrões e corruptos! O PSOL quer a revogação dos mandatos daqueles políticos que não cumprem seus compromissos!
Por estas razões, propomos que sejam suspendidos de imediato todos os direitos políticos do Senador governista Randolfe Rodrigues, e que seja convocado de imediato o Diretório Nacional para que decida os futuros passos a serem seguidos, tanto no que diz respeita ao senador governista quanto à localização e a política do PSOL.
Também, pedimos a divulgação imediata nas listas e sites da resolução votada pela reunião da Executiva Nacional do PSOL na segunda feira 24 de Junho.
CST/PSOL, 02 de Julho de 2013.
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