Plínio sobre o debate: "O povo diz que venci"
Plínio de Arruda Sampaio foi o grande destaque do debate entre os presidenciáveis na noite desta quinta-feira, na Band. Sem ter o que perder, o candidato do PSOL não poupou ataques para nenhum de seus adversários. Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) enfrentaram igualmente a ira – de pitada irônica – do ex-deputado. “Vocês sabem agora porque José Serra é hipocondríaco. Ele só fala de saúde”, afirmou o socialista, arrancando gargalhadas da plateia. Questionado se venceu ou não o debate, Plínio foi direto: “O povo diz que sim”.
Segundo o candidato, sua participação no embate “deixou claro para a população que existe uma diferença entre os três candidatos do sistema neoliberal e o do PSOL, que segue um modelo de igualdade social, completamente diferente”. No entanto, Plínio não concorda com a posição de franco-atirador que quiseram emplacar nele. “Eu não peguei uma espingarda e saí atirando, apenas mostrei que existe uma proposta alternativa”.
O desempenho de Plínio parece ter surtido efeito. Segundo ele, a Rede Globo entrou em contato com o secretário de comunicação do PSOL e afirmou que irá enviar uma carta convidando-o para o debate que acontece no dia 30 de setembro. “Não falaram comigo pessoalmente, mas é claro que eu vou”.
Plínio dizia que estava participando do embate para defender o fim da desigualdade no Brasil mas, em seguida, afirmou que a desigualdade “estava ali”. Segundo o candidato, ele e Marina Silva foram pouco perguntados e ficaram em desvantagem nas discussões. “Se vocês dois [Dilma e Serra] fizerem blocão, vou fazer bloquinho aqui com a Marina. Eu quero ser perguntado, uai”. No último bloco, quando cada presidenciável tinha direito a fazer suas considerações finais, o candidato do PSOL foi mais uma vez irônico e atribuiu um “clima Pollyanna” ao debate, por conta do tom “morno” e “feliz” que permeou o evento.
Com 80 anos de idade, o promotor público aposentado e mestre em desenvolvimento econômico internacional diz estar conectado à rede e aposta no Twitter para compensar o pouco tempo de TV que terá durante o horário eleitoral. Depois das repercussões de sua participação no debate, Plínio ganhou 2.000 novos seguidores em seu microblog e seu nome ficou no trending topics, o que significa que as menções a Plínio estavam entre as mais recorrentes no Twitter pelo mundo.
Entre suas principais propostas estão o combate ao capitalismo e a preparação do Brasil para o socialismo, além da reforma agrária, a suspensão do pagamento da dívida pública e a redução de impostos que incidem sobre a população de baixa renda.
Trajetória política – Plínio ocupou cargos de confiança durante o governo de Carvalho Pinto em São Paulo, de 1958 a 1962, foi deputado federal antes do regime militar e, durante ele, ficou 12 anos exilado no Chile e nos Estados Unidos. Trabalhou para a ONU, ajudou a fundar o PT, foi suplente de deputado federal em 1984, deputado federal constituinte e duas vezes candidato a governador de São Paulo.
(Marina Dias)
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