sábado, 5 de maio de 2018

Aniversário de Marx, presente dos jornalistas: Barbalhos são derrotados no TST


por Daniele Brabo

Ontem eu estava super cansada quando recebi a notícia de que vencemos. Estava na casa de amigos e simplesmente, na hora, não assimilei a informação. Passou como um “zap” ou feed qualquer em meio a outros assuntos.
Hoje a ficha caiu. Acordei e pensei: a justiça chegou. Nesses mais de 4 anos de espera eu desacreditei que a verdade prevaleceria. Em um país onde a corrupção é lei, políticos são protegidos e o povo padece como a ponta mais frágil do sistema, eu - povo - desacreditei de que existiria justiça. Mas ela veio. Ela chegou ontem. Definitivamente vencemos. O TST publicou: ganhamos a causa! (http://www.tst.jus.br/…/asset_publ…/NGo1/content/id/24575311)

Ainda há algum caminho a se percorrer. Cabe recurso protelatório. Porém, a causa foi reconhecida judicialmente. Eles entenderam que o tempo todo estávamos falando a verdade.
E que se frise que em nenhum momento foi/é por dinheiro (ele ainda deve demorar a sair, diga-se de passagem). Nada paga os reais danos morais. Ansiedade, compulsão, distúrbios de sono foram algumas conseqüências cruéis que se instalaram em mim. Revisar repetidamente a cena horrenda daquela demissão praticamente na calçada na Enéias Pinheiro... dia desses achei o vídeo na minha nuvem, nem consegui terminar de ver. Embrulha o estômago.
Aquele setembro de 2013 foi necessário. Hoje eu vejo os repórteres cobrindo pauta de Polícia com colete a prova de bala e penso no nosso lema: “AOS QUE VIRÃO”. Não existiria frase mais cabível a todo o sentimento que nos moveu. Tudo que veio depois - retaliações, demissões - não foi em vão.
Ao longo do processo eu repetia em mantra: estamos com a verdade! Não vamos perder! Porém, no fundo, eu duvidei que realmente a nossa voz seria ouvida. Mas ela foi.
“A Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho, por unanimidade, considerou que a despedida consistiu em ato discriminatório e em conduta antissindical da empresa”, diz o texto no site do TST. Enfim hoje eu acordei, respirei fundo e tive a certeza: a verdade venceu.
Foto de 2014
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Nota do blog
O texto de Daniele Brabo, jornalista, foi publicado neste dia 05 de maio de 2018 em sua conta no Facebook. Brabo foi uma das demitidas, depois que expulseram na greve de setembro de 2013, as condições de moderna escravidão as quais eram submetidos nas redações do Diário do Pará e sua versão on line, DOL.
Os Barbabalho, proprietários do jornal, além de carrascos e perseguidores, são mentirosos, manipuladores e agora precisam ser derrotados também nas urnas. Há quase quarenta anos no poder, Jader quer deixar seu filho como herdeiro político, o ministro da integração nacional de Temer, Helder Barbalho. Como o pai, populista e corrupto. Denúncias não investigadas de seu tempo como prefeito de Ananindeua/PA e o uso da máquina ministerial para fins eleitoreiros, além de campanha antecipada e tráfico de influência, são marcas de Helder. Aliás, da família. Sua mãe, Elcione Barbalho e seu primo, José Priante, são deputados federais. Todos da mais antiga quadrilha em atividade política no país: o MDB. Desde a Ditadura Militar prestando verdadeiros desserviços ao país.
Aos "gatos pingados", como a direção do grupo RBA, empresa da família que engloba TV, rádios, jornal e portal, nossos parabéns! Vocês fizeram história e nos ensinaram mais uma vez que "só a luta muda a vida para melhor".
Bravo, Daniele! E parabéns aos demais amigos e companheiros que ousaram lutar e fazer uma das mais bonitas greves de nosso tempo. Nada melhor que ir dormir com essa notícia aos 200 anos do nascimento de Karl Marx, que dentre tantas questões fundamentais no campo das ciências humanas, dedicou-se com entusiamo para a produção jornalística e o estudo da imprensa. O pensador que melhor expôs os ardis dos patrões para explorar a classe trabalhadora, teve confirmada mais uma vez sua teoria. Tanto é que amanhã você não verá uma linha sobre a derrota de seus principais inimigos nas páginas de O Liberal, da família Maiorana. A greve já tinha cumprido sua tarefa e encerrara vitoriosa, mas sempre é bom confirmar, fato que nem a justiça burguesa, o Tribunal Superior do Trabalho (TST), pode negar: os grevistas tinham razão, jornalista vale mais e os barbalhos são escravocratas.

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