Chacina de Belém: movimentos sociais e familiares de vítimas protestaram em 2014 pedindo justiça. Foto: Mário Quadros |
Ontem vi o triste e revoltante relato do estudante da Universidade Federal do Pará (UFPA) e militante do PSOL, Adriano Mendes, dando conta da dor pela qual passa sua família: em menos de cinco meses, ele perde seu 2° primo assassinado por criminosos que agem impunemente no estado. Quadrilhas perigososas que envolvem policiais e que comandam milícias e grupos de extermínio, principalmente na Região Metropolitana de Belém (RMB).
As chacinas, o genocídio, a matança ocorrem todos os dias. Dezenas, centenas de mortes. Gente trabalhadora, honesta, estudante. Os únicos crimes que cometeram são os de viverem na periferia, serem pobres e pretos.
Semana passada uma amiga querida me relatou com o coração partido que seu irmão, igualmente jovem, negro, trabalhador, morador do Riacho Doce, bairro do Guamá, havia sido brutalmente morto por homens encapuzados, que atiram com técnicas de quem recebeu treitamento militar e que estavam no tenebroso carro preto. Já famoso por fazer matança impunemente nos bairros pobres da capital.
O fato é que essa situação já fogiu, há muito, ao controle. O Sistema de Seguranca Pública é ineficiente. As investigações são morosas. Só para exemplificar o nível da barbárie, praticamente ninguém foi punido em decorrência da chacina de 4 de novembro de 2014, quando mais de dez pessoas foram mortas a esmo nas horas que se seguiram ao assassinato do Cabo Pet (que estava afastado de suas funções na PM), que segundo a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Milícias e Grupos de Extermínio no Pará da Assembleia Legislativa do Estado, tinha envolvimento com esses grupos criminosos.
O governador Simão Robson Jatene (PSDB), o secretário de estado de segurança pública, o comandante geral do estado maior da PM e o delegado deral de policícia civil são os grandes responsáveis por essa onda de crimes e violências que ocorrem na Região Metropolitana de Belém (RMB). Mas não os únicos. As corregedorias das polícias, o Ministério Público Militar e do Estado, assim como a Justiça também contribuem para esse quadro, quando a gente vê a impunidade seguir firme no Pará.
A sociedade anda apavorada com esse genocídio diário. Mas é necessário passar do medo a luta. Tomar as ruas, fazer protestos e marchar contra os responsáveis por essa matança. Não podemos ficar contando nossos mortos e sofrer com a notícia de quem foi o próximo. É preciso ir à luta!
Editado às 11h43, 01/02/2017.
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