O Além da Frase recebeu imagens enviadas por
Maria do Socorro Silva, em que ela mostra o dia a dia na em sua comunidade. O
quilombo do Burajuba, em Barcarena, município a cerca de 40km de Belém, sofre
há décadas com a degradação ambiental causada pela multinacional norueguesa
Norsk Hydro, proprietária da Hydro Alunorte e Albrás.
No mês de fevereiro,
a Hydro Alunorte foi flagrada jogando toneladas de efluentes altamente tóxicos
no meio ambiente, fundamentalmente na gigantesca bacia do Rio Pará, poluindo solo,
lençol freático, rios, igarapés e poços.
Nos vídeos, ela denuncia a Hydro, prefeitura de Barcarena, que através da Defesa Civil do município, cortaram o fornecimento de água potável, assim como restringiu o atendimento emergencial às comunidades da bacia do Rio Murucupi, afluente do Pará. Sobre o rio Murucupi, relatório do Laboratório de Química Analítica de Ambiental da UFPA atesta contaminação. As alterações nas amostras são gravíssimas, tal qual como em 2009, onde se verifica: “No rio Murucupi os parâmetros que estiverem em não conformidade com o CONAMA 357/05 foram o oxigênio dissolvido, a turbidez, o cloreto, alumínio, ferro, cádmio e cobre.” (Relatório Laquanam/UFPA).
Socorro Silva, sua família e as comunidades estão sofrendo tortura
psicológica e são obrigados a consumir água, que a Universidade Federal do Pará
(UFPA) e Instituto Evandro Chagas (IEC) comprovaram, em vários laudos, estar
contaminada pelos efluentes da Hydro. Um verdadeiro crime contra esse povo que
já sofre tanto. Infelizmente os Ministérios Públicos Federal e o do Pará estão
sendo coniventes com essa barbárie, pois acabam de assinar Termo de Ajustamento
de Conduta (TAC) e Termo de Compromisso (TC) em que se comprometem em perdoar
todos os crimes da Hydro. Atitude covarde e repudiável.
Cabe aos movimentos sociais e entidades defensoras dos direitos
humanos lutar e exigir providências para que as comunidades de Barcarena tenham
acesso a água potável e alimentos de qualidade.
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