segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Polícia Federal investiga Grupo Yamada por desvio de R$ 20 milhões



Investigação conjunta que envolveu 40 servidores da Receita Federal do Brasil e 120 membros da Polícia Federal foi deflagrada dia 28 de novembro para cumprir 56 mandados judiciais, sendo 7 de prisões provisória.

Isso quase todos os jornais disseram ou reproduziram dos releases. No entanto, até ser deflagrada sob determinação do juiz da 4ª Vara da Justiça Federal, ninguém sabia efetivamente quem eram os investigados, pois corria sob segredo de justiça. O mais curioso é que o nenhum veículo da grande imprensa e da alternativa tenha divulgado que a "operação Manirroto, que tem como foco combater esquema perpetrado por organização criminosa suspeita de utilizar empresas de factoring para o cometimento de crimes contra a ordem tributária, contra o sistema financeiro nacional, além de lavagem de dinheiro, em Belém" visava fundamentalmente a empresa de factoring CCCS Fomento Mercantil Ltda, que pertence ao Grupo Y. Yamada, uma das maiores redes varejistas do país.

Relações perigosas

Novamente o Grupo Y. Yamada é alvo de uma investigação por crime financeiro e contra o sistema tributário nacional. O jornal O Globo publicava matéria dia 18/08/2004 na qual anunciava a prisão do principal executivo do Grupo Y. Yamada, Fernando Yamada, assim como de mais sete empresários paraenses na Operação Atenas. O obetivo dela, executada em conjunto pela Receita e PF, era o de desvendar o esquema de remessas de dólares para o exterior.

A PF e a Receita chegaram aos nomes dos empresários do Pará, segundo O Globo, por meio de investigações do Banestado. Os empresários paraenses usariam uma conta CC-5 para enviar dólares para contas no exterior sem declarar as remessas à Receita Federal.

Operação Manirroto

O nome da operação faz alusão a uma pessoa perdulária, esbanjadora. Justamente aquilo que motivou as investigações. Segundo informações no site da Superintendência da Polícia Federal (SPF), as investigações “começaram há um ano, após suspeitas de que diversas pessoas físicas e grupos empresariais apresentavam bens originados de atividades ilícitas. Durante os trabalhos de investigação, foi apurado que pessoas ligadas ao grupo suspeito seriam beneficiárias 'laranjas' que emprestavam suas contas bancárias para servir de entreposto ao dinheiro movimentado pelo grupo, para posteriormente seguir para os verdadeiros destinatários”. 

Ainda segundo nota da SPF, “os acusados também possuem bens incompatíveis com os rendimentos declarados à Receita Federal. Há, ainda, indícios da prática de condutas que contrariam as normas do sistema financeiro nacional, além de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro”.

Reviravolta inédita

Após haver autorizado operação, que como vimos, há um ano vinha reunindo material e provas suficientes, que foram capazes de convencer o magistrado da 4ª Vara de Justiça Federal a autorizar buscas, apreensões e prisões provisórias na Operação Manirroto, o mesmo magistrado determinou na última sexta-feira, 19,  que todo o material apreendido fosse imediatamete devolvido até as 19h daquele dia sob pena de responsabilidade. Ao que nos consta, fato inédito, e no mínimo incoerente.

Munidos de farto material, que poderia indicar o caminho da organização criminosa que a levou a realizar o desvio de 20 milhões de reais dos cofres públicos e a punir os responsáveis, a PF e a Receita Federal foram impedidas de realizar seu trabalho, justamente por quem o havia autorizado.

O juiz deve uma explicação à toda a sociedade paraense e ao povo do Brasil. Esperamos que as investigações sigam e que os culpados por esse escandaloso desvio de dinheiro, que faz falta na merenda escolar, no posto de saúde e no saneamento básico, sejam punidos.

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