por Marcus Benedito
O deputado estadual Edmilson Rodrigues (PSOL) dará entrada hoje na Assembleia Legislativa do Estado do Pará, no requerimento que solicita a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Milícias.
O deputado estadual Edmilson Rodrigues (PSOL) dará entrada hoje na Assembleia Legislativa do Estado do Pará, no requerimento que solicita a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Milícias.
O
regimento da casa exige que um terço dos 41 parlamentares assinem a petição
para que uma CPI para seja instalada. A 14ª assinatura que faltava foi dada
pela deputada estadual Bernadete Ten Caten (PT) no dia de ontem. Agora, o
deputado governista Márcio Miranda (DEM), que é contrário à esta importante e
necessária investigação, terá que
aceitar o requerimento de instalação da Comissão e, de acordo com o Regimento
Interno da ALEPA, por ser presidente do parlamento, determinará aos líderes dos
partidos que indiquem os membros para a CPI.
A vida não pode esperar
A
conquista do número protocolar de assinaturas para instalação da Comissão
Parlamentar de Inquérito das Milícias no Pará, às vésperas de se completar um
mês (dia 04/12) de uma noite de horror e chacina em Belém, sem dúvida que é uma
conquista das famílias das vítimas, assim como, uma importante vitória de todos(as)
aqueles(as) que militam e denunciam cotidianamente o extermínio de nossa
juventude, principalmente o genocídio de negros pobres e moradores das regiões
periféricas e de baixada da Região Metropolitana de Belém (RMB).
Importante
destacar que esses grupos de milícias não atuam somente nos bairros periféricos
de Belém. Já há fortes indícios, segundo entidades dos direitos humanos, de
atuação de grupos milicianos e de extermínio em várias regiões: do Baixo Tocantins
aos Sul/Sudeste do Pará.
Quem tem medo da CPI
O
governador reeleito para um terceiro mandato, Simão Robson Jatene (PSDB), e cúpula
da segurança do estado têm que explicar para toda a sociedade paraense e
mundial porque eles são contra que se investigue na “Casa do Povo” as graves
denúncias de violações dos direitos humanos que envolvem não somente a
participação de policiais militares, assim como de civis e de agentes externos,
grupos empresariais, comerciantes, etc.
A
quem interessa o silêncio? Vidas e chacinas continuam sendo uma realidade. Não
podemos de forma alguma esquecer as crianças e adolescentes de Icoaraci
(distrito de Belém), brutalmente chacinadas há anos, e que somente neste
semestre teve um policial condenado pelas mortes. Não esquecemos os
adolescentes chacinados na estrada do Murunim no distrito de Benfica (município
de Benevides/PA). Não vamos esquecer de uma família inteira morta com o mesmo
requinte de crueldade em Marituba!
Pressão pelas
investigações
Só
com luta e mobilização das famílias das vítimas da violência do estado, e com
muita articulação dos movimentos sociais, partidos de esquerda e entidades que
atuam em defesa dos direitos humanos, a CPI será efetivamente instalada. Nossos
mortos e um futuro digno exigem da gente esse compromisso.
Um
mês da chacina de Belém se aproxima. Semana que vem temos que organizar um
grandioso protesto para as portas da ALEPA e exigir o cumprimento do Regimento,
ou seja, a imediata instalação da CPI das Milícias. Para além, os movimentos já
preparam toda um roteiro de manifestações e protestos para que cesse a guerra
aos pobres, que tem o nefando disfarce de guerra às drogas.
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