terça-feira, 30 de outubro de 2012

DOSSIÊ: Em defesa dos Guarani-Kaiowá

Do site português Esquerda.Net:

No início deste mês, uma comunidade indígena de 170 Guarani-Kaiowás do Brasil lançou uma carta em resposta a uma decisão da Justiça brasileira que definitivamente os expulsava das suas terras. Pediam que fosse decretado o seu extermínio, e que fossem enterrados ali mesmo, nas terras dos seus ancestrais. A carta só chegou à opinião através das redes sociais, já que os grandes média praticamente a silenciaram. Mas a campanha que se desencadeou nas redes foi poderosa: as pessoas mudaram o nome para incluir nele “Guarani-Kaiowá”, mudaram a sua foto, foram lançadas petições. Este dossier, coordenado por Luis Leiria, fornece um farto material para melhor se compreender este caso dramático. 
 
Índia Guarani-Kaiowá da aldeia indígena Sassoró, Tacurí, Mato Grosso do Sul. Brasil, durante o Aty Guassu (Grande Reunião). Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
Começamos pela publicação da carta que foi interpretada como de suicídio coletivo. Em seguida, um doutorando guarani-kaiowá explica Os motivos da luta dos Guarani e Kaiowá pelos territórios tradicionais, tekoha guasu. Os artigos seguintes, “Jejuvy”: assim os guaranis recuperam a palavra e Por que os Guaranis-Kaiowás estão ameaçados de extinção contextualizam a questão. O deputado Marcelo Freixo, do PSOL, afirma que "Não se compra e não se vende a história de um povo", e uma petição pede uma solução. Um documentário de 29m. explica a luta e o presidente do PSTU pede a Dilma Rousseff que impeça o massacre. Finalmente, Mia Couto também é Guarani-Kaiowá.

Esta é a carta da comunidade Guarani-Kaiowá que comoveu o Brasil e está a provocar uma onda de indignação e solidariedade em todo o mundo. “Pedimos, de uma vez por todas, para decretar a nossa dizimação/extinção total, além de enviar vários tratores para cavar um grande buraco para jogar e enterrar os nossos corpos. Esse é nosso pedido aos juízes federais”.
 
Os Guarani e Kaiowá sentem-se originários dos espaços territoriais reivindicados. Ao serem privados, nos últimos 30 anos, de viver nos seus territórios tradicionais e sobreviver conforme seus usos, costumes e crenças, passaram a investir reiteradamente nas táticas de recuperação. Por Tonico Benites, Guarani-Kaiowá, mestre e doutorando em Antropologia Social do Museu Nacional/Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Ler Mais 
 
Viagem antropológica ao mundo guarani-kaiowá. Por que suicídios são protesto, ritual e porformance de cultura que sobrevive por um fio. Reportagem de Fabiane Borges e Verenilde Santos
 
A exploração do biocombustível proveniente do álcool produzido da cana traz outras questões embutidas nesta: a questão indígena e a luta pela terra. Hoje, os Guaranis-Kaiowás, ainda sobreviventes, são ameaçados no estado brasileiro do Mato Grosso do Sul.
Deputado do PSOL do Rio de Janeiro intervém na Assembleia Legislativa do seu Estado em defesa dos Guarani-Kaiowás e denuncia as práticas etnocidas. Denuncia também o grande negócio em torno da privatização do estádio do Maracanã que prevê o fim do Museu do Índio.
 
Carta dos guarani-kaiowá ameaçados do Mato Grosso do Sul só chegou à opinião pública através das redes sociais, que estão a fazer intensa campanha. Petição denuncia esta situação e pede apoio à causa indígena.
 
 Na região Sul do Mato Grosso do Sul, fronteira com Paraguai, o povo indígena com a maior população no Brasil trava, quase silenciosamente, uma luta desigual pela reconquista de seu território. Expulsos pelo contínuo processo de colonização, mais de 40 mil Guarani Kaiowá vivem hoje em menos de 1% de seu território original. Documentário de An Baccaert, Cristiano Navarro, Nicola Mu
 
José Maria de Almeida, presidente nacional do PSTU, lança carta aberta à presidente Dilma Rousseff exigindo a intervenção do governo e afirmando que os verdadeiros heróis do Brasil são o povo indígena e quilombola, que insistem em resistir a séculos de massacres.
 
Escritor moçambicano declara o seu apoio à causa dos Guarani-Kaiowá.

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